Como Romper o ciclo de Pensamentos de "Não Sou Boa o Suficiente"?
- Vanessa Moraes

- 19 de jul. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 10 de fev.
Quantas vezes você já se pegou pensando que não é bom/boa o suficiente? Quantas oportunidades deixadas passar por medo de não estar à altura? Esses pensamentos insidiosos têm o poder de nos paralisar, de nos fazer duvidar até da nossa própria existência.

O "não sou bom/boa o suficiente" é um eco doloroso que ressoa na mente de tantas pessoas, sufocando seus talentos e potencialidades. É como uma sombra que nos segue, sussurrando que não merecemos sucesso, amor ou felicidade sincera. Mas eu estou aqui para dizer que é hora de desafiar esse pensamento!
Mas antes de falarmos como mudar, vamos entender os motivos que fazem com que estes pensamentos permaneçam em nossa mente.
Na psicologia, chamamos estes pensamentos, que simplesmente aparecem como frases ou imagens mentais, de pensamentos automáticos. Estes pensamentos, conforme o que vivenciamos ao longo de nossas vidas, nos dão uma visão sobre nós mesmos, sobre o mundo e sobre o futuro. Dizemos que estes pensamentos são disfuncionais quando os mesmos nos deixam para baixo, com raiva ou ansiosos. Com isto, os pensamentos do tipo"Não sou bom/boa o suficiente", "Não vou dar conta", "Não sou capaz", "Nada que faço dá certo", etc. são chamados de pensamentos de inadequação e podem ter diversas causas, muitas vezes complexas e interligadas, conforme vivência de cada indivíduo. Entretanto, algumas das possíveis causas que contribuem para o desenvolvimento desse padrão de pensamento são:

Experiências de Infância: Críticas severas, comparações constantes com irmãos ou outras crianças, ou expectativas irreais dos pais ou cuidadores podem levar a uma autoimagem negativa desde cedo.
Traumas Emocionais: Eventos traumáticos, como abuso emocional, físico ou sexual, podem deixar cicatrizes profundas na autoestima e na visão de si mesmo.
Modelos Parentais: Pais ou figuras de autoridade que demonstram padrões elevados de perfeição ou são críticos frequentes podem influenciar negativamente o desenvolvimento da autoconfiança e da autoaceitação.
Pressões Sociais e Culturais: Expectativas sociais ou culturais de sucesso, beleza, competência ou conformidade podem criar um ambiente onde a pessoa se sinta constantemente inadequada.
Fracassos ou Rejeições Anteriores: Experiências passadas de falha, rejeição amorosa, demissão do trabalho ou outras formas de fracasso podem reforçar crenças negativas sobre capacidade pessoal e autovalorização.
Condições de Saúde Mental: Transtornos como depressão, ansiedade, transtorno de personalidade borderline (TPB), entre outros, podem estar associados a pensamentos de inadequação devido à sua natureza autocrítica e distorcida.
Falhas na Educação Emocional: Falta de ensino sobre autocompaixão, habilidades de enfrentamento ou resiliência emocional pode deixar indivíduos despreparados para lidar com os desafios da vida de forma saudável e construtiva.
As consequências dos pensamentos de inadequação podem refletir alguns comportamentos que afetam tanto o indivíduo, quantos as relações interpessoais. Individualmente, tais pensamentos fazem com que a pessoa tenha tendências comportamentais como:
Perfeccionismo Excessivo: Buscando incessantemente a perfeição em todas as áreas da vida, mesmo quando irrealista, pode levar a um ciclo de autoexigência implacável e frustração constante.
Evitação de Desafios: O medo de falhar pode levar à evitação de novas oportunidades e desafios, limitando o crescimento pessoal e profissional.
Autocrítica Destrutiva: Críticas constantes a si mesmo, mesmo diante de conquistas significativas, podem minar a autoestima e aumentar os sentimentos de inadequação.
Comparação Constante: Comparar-se frequentemente aos outros e sentir-se constantemente em desvantagem pode levar a um sentimento contínuo de insatisfação e inferioridade.
Falta de Autovalorização: Incapacidade de reconhecer e valorizar suas próprias qualidades e realizações pode levar a uma visão distorcida de si mesmo como incapaz ou não merecedor de sucesso.
Também podem podem impactar significativamente nas dinâmicas e na qualidade das relações interpessoais, criando desafios adicionais para a conexão emocional e a comunicação saudável, através de alguns comportamentos, como:

Evitação de conflitos: A pessoa pode evitar confrontos ou resolver problemas dentro do relacionamento por medo de críticas ou de não ser capaz de lidar com a situação de forma adequada.
Necessidade constante de aprovação: A pessoa pode buscar validação excessiva do parceiro ou dos amigos para se sentir aceita e valorizada, o que pode sobrecarregar as relações.
Ciúme e insegurança: Sentimentos de inadequação podem levar a ciúmes excessivos ou insegurança em relação às interações do parceiro com outras pessoas, mesmo que sem motivo real.
Dependência emocional: Buscando constantemente validação externa para compensar a falta de autoconfiança, essas pessoas podem tornar-se emocionalmente dependentes de seus parceiros, colocando uma carga excessiva nas relações.
Comportamento passivo-agressivo: A pessoa pode expressar ressentimento ou frustração de maneira indireta, por exemplo, através de sarcasmo ou evitando o contato direto sobre problemas.
Autossabotagem do relacionamento: Pode sabotar inconscientemente o próprio relacionamento, por exemplo, duvidando da sinceridade do parceiro ou criando situações de desconfiança sem motivo real.
Comunicação Deficiente: Dificuldades em expressar suas próprias necessidades e emoções de forma clara e assertiva podem surgir, resultando em mal-entendidos frequentes e conflitos não resolvidos.
Dificuldade em confiar: Pode ter dificuldade em confiar no parceiro, questionando constantemente suas intenções ou interpretações das ações do parceiro de maneira negativa.
Autoexigência transferida: Pode projetar sua autocrítica no parceiro, por exemplo, criticando-o constantemente ou esperando que ele seja perfeito para compensar seus próprios sentimentos de inadequação.
Isolamento Social: Evitar situações sociais por medo de julgamento ou rejeição pode levar ao isolamento, dificultando o desenvolvimento e a manutenção de novas relações.
Agora que você compreendeu um pouco mais sobre os pensamentos de inadequação, convido você a desafiar-se à romper este ciclo de pensamentos. É possível desafiar essas percepções limitantes e cultivar uma mentalidade mais positiva e empoderada.

O primeiro passo para isto: Você precisa entender que pensamentos não são fatos. Logo, nem tudo o que pensamos é real, por isto no dia-a-dia é preciso contestá-los: Será que realmente você não faz nada direito, não conquista nada? Ou você está colocando um filtro negativo em suas lentes e só está percebendo suas falhas? Para romper este ciclo será necessário que você:
Sempre busque evidências: Quando o pensamento de inadequação surgir, confronte-o avaliando a realidade dos fatos e as evidências que comprovam o contrário. A jornada para uma autoimagem positiva começa com pequenos passos: aprender a se valorizar, praticar a autocompaixão e celebrar suas conquistas, por menores que sejam.
Construa metas de acordo com sua realidade: Quem define esses padrões inatingíveis que nos impomos? A verdade é que muitas vezes somos nossos críticos mais severos de nós mesmos. Comparando-nos aos outros que estão muito além de nossa realidade, idealizando um eu perfeito, utópico. Construa metas como degraus (de pouquinho e pouquinho), celebre cada conquista e contemple a evolução de sua caminhada.
Aceite a Imperfeição como Parte do Caminho: Uma jornada de autodescoberta não é sobre alcançar a perfeição, mas sim sobre aceitar nossa humanidade. É abraçar nossas falhas, considerar nossas limitações e, ainda assim, encontrar valor e beleza em quem somos e no que podemos nos tornar.
Pratique a autocompaixão: Trate-se com a mesma gentileza e compreensão que você oferece aos outros. Lembre-se de que errar é humano e faz parte do processo de crescimento.
Busque apoio: É crucial reconhecer que você não está sozinho(a) nessa batalha. A terapia oferece um caminho de esperança e transformação. Ela não apenas ajuda a identificar e desafiar esses padrões de pensamento negativos, mas também oferece ferramentas práticas para construir uma autoestima sólida e saudável.

Reescreva sua história!
Você é mais do que suficiente! Cada desafio que você superou, cada obstáculo que venceu, é uma prova de sua resiliência e capacidade. O caminho para a autoconfiança pode ser longo, mas é possível. Reescreva a narrativa que conta a si mesmo, substituindo "não sou bom/boa o suficiente" por "eu sou capaz e merecedor(a)".
Eu posso te ajudar neste processo de desenvolvimento! Vamos juntos(as) transformar esses pensamentos negativos em oportunidades de crescimento pessoal. Juntos, podemos romper o ciclo de pensamentos de "não sou bom o suficiente" e criar vidas cheias de significado, realização e autoamor. Te ajudo a descobrir que você é mais forte e capaz do que imagina. Agende uma conversa inicial e te explico como funciona a terapia.
Vanessa Moraes
Psicóloga 02/13992


